|
Crédito: Fabiano Nery |
Leila Gomes de Barros Rêgo, nascida em Taguatinga, filha de Francisco e Francisca, um mecânico e uma dona de casa, sempre demonstrou habilidade e interesse por várias modalidades esportivas. Jogava vôlei no varal de roupas do quintal da sua mãe, mas a sua primeira grande paixão foi o handebol, que em pouco tempo foi deixado de lado devido a insistência da família em dizer que a modalidade tinha muito contato físico.
E desde então o vôlei tomou grande espaço em sua vida. Na escola, o famoso Centrão de Taguatinga, quando então o professor Celso, da Educação Física percebeu um talento especial na garota alta e canhota que se destacava na aula, e a partir dali a brincadeira virou sonho.
Competiu por escolas públicas até conseguir uma bolsa no Colégio Maria Auxiliadora no Plano Piloto. Por ser de família humilde, não tinha condições de arcar com as despesas de estudar longe de casa, assim surgiu uma grande parceira, vista como um anjo em sua vida, a Irmã Stela. Ela ajudava a alimentar não só os seus sonhos, mas também levando marmitinhas durante o período que precisava esperar o início dos treinos.
Um dia surge a grande oportunidade. Foi para Belo Horizonte – MG, contra a vontade de seus pais, com apenas 17 anos, e participou de uma peneira com mais de 2 mil meninas. Foram selecionadas cinco (5) ela foi a quarta. Depois disso, o vôlei nunca mais sairia de sua vida.
Cinco anos depois, jogava sua primeira Olimpíada em Barcelona - Espanha (1992) e nas edições seguintes, Atlanta – EUA, (1996) e Sidney, na Austrália (2000), trouxe as primeiras medalhas de bronze do vôlei feminino para o Brasil. Sua geração desbravadora serviu de grande inspiração para os títulos conquistados anos depois.
Dentro os muitos títulos coletivos colecionados durante sua jornada esportiva, foi considerada a melhor jogadora do Grand Prix de 1996 e 1998, a melhor atacante da Copa do Mundo do Japão em 1996, a melhor jogadora do BCV Cup em 1995, a melhor atleta da modalidade voleibol e melhor atleta feminina do Brasil eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro em 2000.
Em 2001, parou de jogar vôlei de quadra, mas continuou no Rio de Janeiro iniciando sua jornada no vôlei de praia, onde ficou por 2 anos. Na praia, conheceu seu marido Emanuel, campeão olímpico da modalidade com quem tem hoje o filho Lukas de 6 anos.
Com muita disciplina e responsabilidade se destacava em tudo, e assim era sempre considerada a melhor. Leila já era a partir daí, ícone mundial. Uma lenda que inspirava sonhos a uma geração que queria ser como ela. Preocupada com os problemas sociais e ajudando a quem buscava apoio prestava ajuda e solidariedade a todos e todas que queriam construí seus sonhos. Não pensava em política e nunca imaginou entrar para ela. Mas o destino estava traçado. E é nessa entrevista exclusiva aos jornais comunitários do DF, que ela nos recebeu para falar não só dessa sua vida de luta, mas de seus projetos pessoais e políticos, uma vez que a se o esporte perdeu a melhor de seus Quadros, a Política ganha a maior de suas Lideranças e começa a se formar num novo cenário a qual a mesma nunca imaginou.